Acordo com o Mercosul faz parte da estratégia do Canadá contra protecionismo de Donald Trump
13/03/2018

A negociação de um acordo com o Mercosul faz parte da estratégia adotada pelo governo canadense em resposta à mensagem protecionista adotada pelo governo do presidente Donald Trump e especialmente com a sua retirada do TPP.

E certamente o Brasil é um parceiro de envergadura considerável para fazer parte dessa estratégia. A opinião é de André Cruz, Gerente de Acordos Comerciais na Thomson Reuters.

Para ele,  “ao Canadá caberá costurar parcerias com diversos outros países do mundo. Não apenas para reduzir a sua dependência dos Estados Unidos, mas também para transmitir ao mundo a mensagem de que o caminho está na adoção, cada vez maior, de medidas mais liberalizantes”

Em sua análise sobre o  lançamento das negociações entre o Mercosul e o Canadá, André Cruz destaca que, exceto pelo andamento das negociações com a União Europeia, pela primeira vez em dezessete anos, e na condição de membro pleno do Mercosul, o Brasil volta a se sentar à mesa para negociar com um player de destaque no comércio internacional. Enquanto isso, nas últimas duas décadas, o Canadá firmou uma série de acordos com diversos países: Guiana (2001), Suriname (2004), Cuba (2007), Índia (2009), Palestina (2010) e Venezuela (2014).

Na opinião de André Cruz, “evidentemente que o Canadá possui um grande peso geopolítico nas suas relações com o mundo e trata-se de um país considerado pioneiro e altamente ativo na busca por novos acordos preferenciais de comércio. Os acordos comerciais firmados pelo Canadá são extremamente ambiciosos em seus objetivos e substancialmente abrangentes em seu escopo”.

Para o analista, “o Canadá é um país aberto para o livre comércio. A prova disso é que, além do NAFTA tem acordos preferenciais com diversos países do mundo, além daqueles acima citados. Na América Latina, tem tratados com Chile, Colômbia, Peru, Costa Rica, Honduras e Panamá. Há também o recente acordo feito com a União Europeia, com o EFTA, além de tratados com Israel, Jordânia e Coreia do Sul, sem falar do TPP”.

Ainda de acordo com André Cruz, “trata-se de um país cuja estratégia comercial tem se focado consistentemente em aumentar o seu escopo de negociações. Tanto no NAFTA quanto no acordo com a Colômbika, os seus escopos cobrem 23 capítulos do Sistema Harmonizado. O TPP e o recente acordo comercial assinado com a União Europeia já cobrem 30 capítulos”.

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