Brasil lucra 25 bilhões em março com comércio exterior
14/04/2020

Mesmo com a queda no cenário mundial econômico por conta da pandemia, o comércio exterior brasileiro apresentou bom desempenho. Em março, a balança comercial do Brasil apresentou uma grande recuperação comparada aos primeiros meses do ano. Motivando entusiasmo dentro do mercado e boa lucratividade no setor. O comércio exterior promove uma influência direta na economia do país. Por esta razão, os incentivos governamentais têm acelerado a chance de maior competitividade no mercado internacional. Promovendo resultados significativos para o início de 2020.

O ano de 2019 foi marcado por diversos fatos que refletiram no comércio internacional. A guerra comercial entre China e Estados Unidos promoveu impacto na taxa cambial do dólar. Proporcionando, grandes oscilações dentro do mercado. Além disso, o ano passado foi marcado por uma mudança na agenda governamental. Passando para uma visão mais  liberal e pró-mercado.

Fazendo com que o Brasil entrasse em 2020 com uma perspectiva de queda de 27% comparada a 2019. Um dos motivos apresentados pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) seria a desaceleração das exportações.

No entanto, os números apresentados em março demonstram um bom desempenho dentro do mercado internacional. Confira nesse artigo um pequeno resumo do mês de março para o Brasil.

Comércio Exterior dos últimos anos

Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado um crescimento quanto às importações. Mesmo assim, a balança comercial continua positiva. Apresentando em 2019 um superávit de US$ 46,6 bilhões. 

Estima-se que o país apresente um superávit de US$ 39,40 bilhões para o ano de 2020. Perspectiva fundamentada nos acordos comerciais mundiais e no histórico apresentado pelo país nos últimos anos. 

Com bons números em 2018, o Brasil recuou dentro do comércio internacional, tendo quedas das taxas de importação e exportação. Para identificarmos o histórico, levantamos dados de 2017-2019 fornecidos pela Secretaria Especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia:

2017

  • As importações em 2017 cresceram 10,5% alcançando US$ 150,74 bilhões.
  • As exportações em 2017 teve um crescimento de 18,5%, chegando ao valor de 217,74 bilhões.

2018

  • As importações em 2018 tiveram um aumento de 20% com faturamento de US$ 181,2 bilhões. O maior valor apresentado desde 2014.
  • As exportações em 2018 tiveram um aumento tímido de 9,6% chegando a US$ 239,5 bilhões. O maior número fazendo uma comparação dos últimos 5 anos.

2019

  • No ano de 2019, as exportações tiveram uma queda de 7,5%, somando US$ 224,018 bilhões.
  • As importações também apresentaram queda de 3,3% chegando a US$ 177,344.

Comércio Exterior: os números de Março de 2020

O mês de março representou o melhor desempenho, não só do início desse ano, mas dos últimos quatro meses. De acordo com dados apresentados pelo Ministério da Economia, as exportações brasileiras totalizaram em março US$ 19,239 bilhões. O número somente ficou atrás de outubro de 2019, que totalizou US$ 19,576 bilhões em exportação.

Ainda no mês de Março, foi registrado o maior superávit, ou seja, a diferença entre a exportação e a importação. O saldo do mês foi positivo em US$ 4,713 bilhões, o que equivale a aproximadamente R$ 25 bilhões. 

Fatores importantes motivaram o crescimento das exportações neste mês. O principal deles foi o aumento significativo do dólar, tendo uma valorização muito alta sobre o real. Esse fator garantiu que os produtos brasileiros ficassem com maior competitividade dentro do mercado internacional.

Primeiros meses de 2020

Os dados levantados dos meses de janeiro e fevereiro retratam uma desaceleração. Chegando a números satisfatórios ainda no terceiro mês do ano. 

Em Janeiro, foi registrado US$ 14,5 bilhões em exportações e US$ 16,1 bilhões em importações. Neste primeiro mês a balança comercial apresentou um maior valor em importações. Fechando com um saldo negativo de US$ 1,6 bilhão. 

No mês de fevereiro, o cenário teve uma pequena mudança. Apresentando um aumento das exportações para US$ 16,3 bilhões e queda nas importações para US$ 13,2 bilhões. Finalizando o mês com um saldo positivo de US$ 3 bilhões.

Neste primeiro trimestre, totalizaram US$ 50,095 bilhões de exportações e US$ 43,96 bilhões de importações. Fechamos os três primeiros meses com saldo positivo de US$ 6,135 bilhões e US$ 94,055 bilhões de corrente de comércio.

Economistas avaliam que a subida do dólar foi um dos principais aspectos que proporcionaram o superávit. Em janeiro, o dólar estava com cotação de R$ 4,1, já em março, cada dólar valia R$ 5,19. Uma forma do Brasil não gastar suas reservas internacionais no momento. 

Comparando a 2019

Comparando ao mesmo período de 2019, percebemos um recuo de 4,7% no valor de exportações. Além disso, também teve recuo nas importações, de 4,5%. No entanto, o contexto enfrentado atualmente é muito diferente ao do ano passado.

O início de 2020 foi marcado por uma crise econômica mundial, ocasionada pela pandemia. Um fator que não se mostrava presente no ano anterior. Em 2019, a economia teve um avanço de 1,1%. Já para este ano, as perspectivas são de um recuo de pelo menos 4% no PIB (Produto Interno Bruto).

Apesar da queda nos números da exportação, o mês de março fechou com uma balança comercial melhor que março/19. O saldo ficou 9,7% maior comparado ao superávit do ano passado.

Exportação

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, os produtos que tiveram queda em março foram:

  • Milho;
  • Celulose;
  • Aeronaves e componentes de aeronaves. 

Ainda de acordo com os dados do Ministério da Economia, os produtos que tiveram crescimento foram:

  • açúcares e melaços;
  • carne bovina;
  • petróleo bruto.

A agropecuária foi o setor responsável por elevar as exportações no mês de março. Constatando um crescimento de 6,8%, comparado ao mesmo período do ano passado. Já as exportações da indústria extrativa, presenciou uma queda de 4%. 

As exportações da indústria de transformação sofreu o impacto com a crise da Argentina. Demonstrando um recuo de 9,8% pelo mesmo período comparativo.

Cenário mundial

O balanço comercial foi avaliado pela Secex como um resultado de um comércio mundial com menor dinamismo. Uma consequência das medidas da pandemia de Covid-19. 

Os países determinaram medidas rígidas para conter a disseminação do vírus. Colocando o isolamento social como uma forte medida de combate, chegando um terço da população mundial nessa condição. 

A China, nosso maior parceiro comercial, decretou isolamento social ainda no fim de janeiro. Repercutindo a mesma iniciativa nos países europeus, Estados Unidos e América Latina.

Mesmo com a economia desestabilizada, as exportações do Brasil para a China tiveram crescimento no primeiro trimestre. Comparado ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 4,3%. A elevação da porcentagem foi motivada pelo aumento de exportação de carne (bovina e suína), soja, algodão e minério de ferro.

As exportações realizadas para a Ásia de uma forma geral avançou em 6,1% apenas em março. O crescimento no primeiro trimestre para o continente teve um avanço de 10,7%. Um dos países com maior destaque foi Singapura, justamente por conta dos problemas logísticos em função do coronavírus.

O que esperar para 2020

Por conta do cenário oscilante provocado pela pandemia, o Ministério da Economia ainda não divulgou suas perspectivas. Será realizada a revisão trimestral para anunciar as estimativas para 2020.

No entanto, considera que as exportações tenham um valor menos impactado do que as importações. Fator que garantirá um saldo comercial positivo para o fim de 2020. Além de médias maiores comparadas as projeções realizadas no início do ano.

As exportações e importações apresentam um cenário favorável e com grandes perspectivas de crescimento. Aconselhamos que prepare-se para o mercado, conheça o nosso curso de Gestão de Negócios Internacionais. 

Direção,

Marcus Vinicius Franquine Tatagiba.

 

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