Você sabe o que é Comex 4.0? Por que você precisa conhecer o conceito
21/08/2020

Você já ouviu falar em Comércio Exterior 4.0 ou na contração Comex 4.0? A expressão tem crescido em popularidade e se relaciona diretamente com as transformações que o segmento tem acompanhado a partir do desenvolvimento da tecnologia e do advento de algumas startups. Quer saber mais?

Antes de falar sobre Comex 4.0, é importante ponderar que o comércio exterior é uma área extremamente afetada pela burocracia e por limitações relacionadas a processos antiquados. Pense em quanto as empresas perdem por cargas que ficam paradas nos portos até que documentações aduaneiras sejam preenchidas manualmente, por exemplo, ou nas dificuldades relacionadas a troca internacional de papéis ou contratos.

O 4.0 é uma referência à expressão Indústria 4.0, conceito que engloba aspectos como internet das coisas, computação em nuvem e sistemas integrados. O conceito foi empregado inicialmente por Siegfried Dais e Henning Kagermann em um grupo de estudos da Hannover Messe, em 2012.

Naquela época, os pesquisadores criaram na Hannover Messe um grupo de trabalho focado na Indústria 4.0. Isso abriu um campo que tem sido aplicado em diferentes searas, com um ajuste entre o que é praticado e os conceitos que a tecnologia tem conseguido influenciar na gestão.

Como funciona o Comex 4.0, então?

No caso do Comércio Exterior, o modelo 4.0 tem a ver com o tipo de aplicação da tecnologia. Imagine uma digitalização total de processos, com dados e sistemas integrados e disponíveis em nuvem. Isso reduziria o tempo de reação, tornaria as etapas mais ágeis e ainda mitigaria fraudes, por exemplo.

A primeira fase desse processo já está em execução no Brasil e ganhou um impulso involuntário da pandemia do novo coronavírus. Com a impossibilidade de contato físico e a redução da força de trabalho em postos aduaneiros, entidades nacionais tiveram de digitalizar processos que até o início do ano eram feitos de forma manual.

A digitalização abre portas para uma série de etapas relacionadas ao Comex 4.0. Com os dados em nuvem é possível aplicar conceitos como Big Data e BlockChain, por exemplo, e isso muda a forma como produtos e serviços são comercializados, armazenados ou gerenciados.

Na Europa já há casos em que máquinas portuárias são operadas sem a necessidade de presença humana. Equipamentos já são capazes de automatizar etapas como documentação, envio, rastreio, tributação e monitoramento de produtos.

O Comex 4.0 e a Uber do transporte de carga

A empresa Cargo X é um exemplo de evolução diretamente ligada aos conceitos do Comex 4.0. Chamada de “Uber dos fretes rodoviários”, a companhia usa inteligência artificial para fazer intermédio entre transportadoras e cargas.

Basicamente, o que a empresa fez foi criar um marketplace de fretes. Com soluções de tecnologia e capital de giro, a empresa já tem 350 caminhoneiros cadastrados e faz cotações baseadas em geolocalização. Os profissionais recebem as demandas em um aplicativo.

Outro exemplo foi uma parceria entre a gigante de tecnologia IBM e a Maersk, empresa que desenvolve soluções de logística e transporte. Juntas, as duas criaram um produto baseado em blockchain, tecnologia para gravação de transações e rastreamento de ativos.

Esses exemplos mostram como a tecnologia pode impactar significativamente a lógica de trabalho no comércio exterior e quanto ela pode ter impacto em processos e custos no segmento. Portanto, a adoção de um novo paradigma deixa de ser apenas uma questão cultural e encontra fundamentação prática.

Como identificar quais práticas de Comex 4.0 são úteis para sua empresa

Como o ritmo de transformações é alucinante e novas startups surgem a cada minuto com propostas disruptivas para o segmento de comércio exterior, é compreensivelmente difícil acompanhar o ritmo e ter uma empresa totalmente alinhada com as práticas mais modernas.

Portanto, é fundamental que qualquer empresa interessada nos conceitos de Comex 4.0 saiba antes de tudo as próprias características e o perfil do mercado em que atua. A partir disso, é importante pesquisar soluções para dores específicas e entender os prazos de retorno de cada iniciativa.

Mudar a dinâmica de logística, portanto, pode diminuir o prazo de entrega de produtos e os custos associados a isso. Para contratar um novo modelo nesse campo, contudo, a empresa precisa ter uma produção condizente e capacidade para dar vazão a um crescimento de demanda.

Direção,
Marcus Vinicius Tatagiba.

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