Exportações catarinenses têm o melhor mês de maio em seis anos
21/06/2017

As exportações catarinenses tiveram o melhor desempenho para o mês de maio desde 2011. Na comparação com o mesmo período de 2016, o Estado teve um aumento de 15,8% nos valores de produtos vendidos ao exterior. O principal destaque ficou com a soja, cujos embarques cresceram 37,9% e representaram 16,5% de todos valor negociado. O item foi o principal da pauta no período. Com o resultado, o Estado ocupou a oitava colocação entre os maiores exportadores do Brasil.

No consolidado dos cinco primeiros meses do ano em relação a 2016, o resultado geral também é positivo: 16,8% de crescimento, com um total de US$ 3,4 bilhões em vendas. Nesse período, além da soja (+40%), também se destacam as vendas de carnes suínas (+10%) e de aves (+45%), que não foram afetadas pela Operação Carne Fraca.

Para o secretário-adjunto de Estado da Agricultura, Airton Spies, o bom resultado das exportações catarinenses de soja é explicado por uma safra recorde, com 2 milhões de toneladas, contra 1,8 milhão do ano passado.

— Tivemos um clima favorável e a utilização de uma tecnologia de ponta, que busca a maior produtividade, também contribuiu. Essa combinação de fatores nos permitiu alcançar esse bom resultado — afirma.

Nas carnes, o aumento das vendas é fruto de uma melhora do preço dos produtos catarinenses no exterior. Segundo José Antônio Ribas, diretor do Sindicato da Indústria da Carne (Sindicarne), o fato de o Estado ser considerado o único Estado brasileiro livre de aftosa sem vacinação ajuda nas negociações com o mercado externo.

— Santa Catarina é hoje um dos únicos pontos de produção livre de enfermidades. Essa questão sanitária  traz um panorama diferenciado. Há, por exemplo, quase 50 países com focos ativos de influenza mundo afora — diz.

Apesar de os números de crescimentos serem bons, Ribas conta que há espaço para mais crescimento, especialmente para a carne suína. O dirigente também enxerga espaço para avanço de exportação de suínos para a Àsia e a Rússia. Na África, também haveria oportunidade para novos negócios.

— O mercado internacional de suínos é grande e ainda participamos pouco. No frango, onde já somos líderes, as taxas de crescimento são menores, mas também há possibilidade de crescer — conta Ribas.

Ainda segundo ele, os impactos da Operação Carne Fraca foram praticamente nulos em Santa Catarina, já que a produção bovina foi a mais afetada, e o Estado praticamente não exporta esse item.

Indústria comemora resultado de maio

O avanço de 18,7% nas exportações de manufaturados também foram comemorados pela indústria catarinenses. De acordo com o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, três fatores explicam a melhora nas vendas externas: queda do dólar, crescimento econômico dos mercados importadores e o aumento do interesse na exportação em função da contração do mercado interno.

— É uma forma de as empresas equilibrarem as receitas. Elas estão se voltando para o externo em função da queda no consumo no Brasil — opina.

China lidera entre os principais destinos da economia catarinense

Em relação aos destinos dos produtos catarinenses, a China ainda liderou em maio, porém os Estados Unidos encostaram e já se tornaram nosso maior parceiro quando consideramos os cinco primeiros meses do ano. Argentina, México, Japão e Rússia completam a lista dos países que mais comprar produtos catarinenses.

Importações crescem 20,4% de janeiro a maio

As importações catarineneses cresceram 20,4% de janeiro a maio deste ano, o que fez com a balança comercial catarinense continue no vermelho. No acumulado de janeiro a maio, as compras do Estado no exterior somaram US$ 4,7 bilhões, o que resultou numa diferença negativa de US$ 1,4 bilhão. No Brasil, Santa Catarina fica na quarta posição entre os maiores importadores. Os países que mais vendem para o Estado são a China, Chile, Argentina, Estados Unidos e Alemanha. Entre os produtores, nossas maiores importações são de cobre e derivados, polímeros de etileno e filamentos sintéticos.

Apesar desse aumento, o presidente da Fiesc afirma que não se trata necessariamente de uma notícia ruim para a indústria. Segundo ele, a maior parte das importações e de insumos ou matérias-primas para a indústria.

— São produtos que serão usados na transformação e revendidos com maior valor agregado. É uma amostra de que a indústria está reagindo — diz Glauco Côrte.

 Fonte: DC

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