Marcas querem incentivos para produzir carros elétricos no Brasil
26/09/2017

No Salão de Carros Elétricos, que está acontecendo no Expo Center Norte, em São Paulo, alguns fabricantes de veículos se manifestaram à favor de incentivos para produção de carros elétricos no país. Empresas como BYD e Chery, já tem planos para faze-lo em sus operações locais, mas sem ajuda do governo, o objetivo fica difícil de ser alcançado.

Nos últimos meses, a questão do carro elétrico e também do híbrido anda ganhando espaço na mídia e também nas conversas do setor automotivo com o governo, que elabora o Rota 2030 em parceria com montadoras e autopeças. Em Brasília, apesar de algumas declarações, a situação do segmento dentro da nova política automotiva ainda é incerta.

Embora algumas cabeças pensem no carro elétrico como algo secundário no cenário brasileiro, outros, no entanto, enxergam mais além, já que se o Brasil quer ser um player mundial no comércio de automóveis, precisam estar pronto para exportar o que o mundo quer e, nesse caso, quem está mandando no momento são os carros elétricos e híbridos. Não dá par ser referência se não estiver em sintonia global.

Como se sabe, o governo não vai abrir mão de impostos, mas o próprio Rota 2030 não prevê desoneração fiscal em nenhum segmento do mercado. Por enquanto, o MDIC não fala abertamente sobre como se dará a resolução do caso envolvendo os elétricos. Muito se fala, em contrapartida, na cobrança de IPI de acordo com a eficiência energética, o que de fato resolveria uma parte do problema.

A emissão zero e o baixo consumo os colocariam em evidência no mercado, não tirando do governo seu precioso imposto e nem beneficiando-os em detrimento dos demais combustíveis. Afinal, eficiência energética não está relacionada com o que vai no tanque, mas com o resultado final. É por conta disso, que o diesel ainda é explorado abertamente na Europa. Mas, ainda com expectativa, algumas marcas apenas aguardam o anúncio do governo sobre o assunto.

A Chery, por exemplo, diz estar fazendo estudos sobre a produção do New QQ elétrico no Brasil. Para a empresa, dependendo do resultado, a produção do pequenino já começaria em 2019, iniciando as vendas para frotistas e taxistas. A BYD, que não esperou pelo Rota 2030 para começar sua produção de veículos elétricos no país, aguarda também a posição do governo para eventualmente produzir carros elétricos no Brasil, mas a montadora salienta que isso só ocorrerá se houver demanda. A marca inicia em outubro as vendas do sedã elétrico e5 (foto acima), que será vendido por R$ 220 mil.

Mas elas, incluindo a Toyota, que quer produzir o Novo Prius por aqui, alegam que sem incentivos diretos do governo, como ocorre em outros países, não há como introduzir os carros elétricos e híbridos no cenário nacional de forma viável. A demanda tem de ficar entre 3 mil e 5 mil carros por ano, para cada montadora, justificando assim o investimento em sua produção no país.

[Fonte: Estadão]

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