Superávit da balança comercial recua 13% em 2018, para US$ 58,3 bilhões
04/01/2019

Apesar da queda, esse foi o segundo maior superávit comercial da história, perdendo apenas para o ano de 2017. Números foram divulgados pela área econômica do governo.

A balança comercial brasileira registrou superávit (exportações maiores que importações) de US$ 58,298 bilhões em todo ano de 2018, informou nesta quarta-feira (2) o Ministério da Economia.

Com isso, houve uma queda de cerca de 13% no saldo positivo em relação ao ano de 2017 – quando as exportações superaram as compras do exterior em US$ 66,989 bilhões (o maior valor já registrado).

Apesar do recuo, o superávit comercial apurado no último ano foi o segundo maior da série histórica do governo, que tem início em 1989.

Exportações e importações

De acordo com os números oficiais, a queda do superávit da balança comercial em 2018 está relacionada com um aumento maior das importações no ano passado.

Em todo ano passado, as exportações somaram US$ 239,523 bilhões, com alta de 9,3% sobre o ano de 2017 – quando somaram US$ 217,739 bilhões.

De acordo com o governo, as exportações bateram recorde, em quantidade e valor, dos seguintes produtos:

  • soja (83,8 milhões de toneladas e US$ 33,3 bilhões),
  • óleos brutos de petróleo (58,7 milhões de toneladas e US$ 24,7 bilhões)
  • celulose (15,3 milhões de toneladas e US$ 8,4 bilhões)

Em quantidades exportadas, houve recorde de vendas externas desses produtos:

  • minério de ferro (389,8 milhões de toneladas e US$20,1 bilhões)
  • farelo de soja (16,8 milhões de toneladas e US$ 6,7 bilhões)
  • suco de laranja (2 milhões de toneladas e US$ 1,3 bilhão)

Já as importações somaram US$ 181,225 bilhões em 2018, com aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. O governo informou que houve aumento de compras do exterior em todas as grandes categorias econômicas.

  • bens de capital, que são máquinas e equipamentos para produção (US$ 28,6 bilhões, +76,5%)
  • bens intermediários (US$ 104,9 bilhões, +11,6%)
  • bens de consumo (US$ 25,5 bilhões, +9,1%)
  • combustíveis e lubrificantes (US$ 22 bilhões, +24,9%).

“No ano, as importações foram majoritariamente (85%) compostas por combustíveis, insumos e bens de capital”, acrescentou o Ministério da Economia.

Mercados compradores

De acordo com dados oficiais, os principais mercados de destino das exportações brasileiras foram:

  1. China (US$ 66,6 bilhões, com alta de 32,2%). Destaques foram as exportações de “commodities” agrícolas e minerais: soja, petróleo em bruto, minério de ferro, celulose, carne bovina, ferro ligas, carne de frango, algodão em bruto, entre outros.
  2. União Europeia (US$ 42,1 bilhões, +20,1%). Principais produtos foram farelo de soja, minério de ferro, celulose, café em grão, petróleo em bruto, soja, minério de cobre, entre outros.
  3. Estados Unidos (US$ 28,8 bilhões, +6,6%). Destaques para aço semimanufaturado, petróleo bruto, partes de motores de aviões, máquinas e aparelhos para terraplanagem.

O governo informou ainda que a Argentina segue como principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, mas acrescentou que as exportações para o país vizinho, que somaram US$ 14,9 bilhões em 2018, caíram 15,5% na comparação com 2017.

“A redução nas exportações de produtos do setor automotivo foi a que mais impactou a queda geral nas exportações para a Argentina”, informou o Ministério da Economia.

Acrescentou que as exportações brasileiras para os Estados Unidos, em 2018, foram majoritariamente de bens manufaturados (cerca de 60%). “Com isso o mercado norte-americano se consolida como o maior destino de produtos industrializados do Brasil”, informou.

Estimativas do mercado e do BC para 2019

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de piora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada.

A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 52 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2019.

O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 38 bilhões neste ano – com exportações em US$ 250 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 212 bilhões.

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