Em meio à pandemia, Brasil eleva compras de trigo, fertilizantes e bens para indústria de transformação
12/05/2020

 

Dentro do contexto da pandemia, o Brasil apresentou aumento nas importações em alguns setores no mês de Abril. A balança comercial brasileira apresentou crescimento de importações de produtos como trigo, fertilizantes e bens para indústria de transformação. A pandemia tem provocado consequências a nível mundial e em diversos setores. O isolamento social foi a forma encontrada para o controle da propagação. No entanto, provocou indiretamente uma mudança nos hábitos, comportamentos e negociações em diversos países. 

A dinâmica dentro do comércio exterior foi influenciada diretamente pelo COVID-19. Como podemos ver com o crescimento da compra de alguns produtos pelo Brasil. Convidamos a leitura de nosso artigo para saber um pouco mais sobre as consequências da pandemia.

Com pandemia, cresce a compra em alguns setores

As importações realizadas pelo Brasil em Abril registraram uma média de 609 mil toneladas por dia. Esse número representa um aumento de 12% comparado ao mesmo período de 2019. Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) também indicaram queda no valor. Em comparação ao período, a queda foi de 10% com US$ 582 milhões.

O setor que mais elevou as importações nas três primeiras semanas de Abril foi a agropecuária. Ainda comparado ao ano anterior, tivemos um crescimento de 36% nas importações do setor. Uma média de 63 mil toneladas de volume diário. Um dos grandes crescimentos foi de cevada não moída, representando aumento de 278% em volume.

Os produtos de indústria de transformação representa um dos maiores setores de importação brasileira. No mês de Abril, também tiveram um crescimento na compra de 7%, comparado a 2019. A receita para o setor também foi menor. Os itens que mais puxaram o crescimento da compra foram: tubos, canos e mangueiras. Além disso, o Brasil também aumentou a compra de acessórios e equipamentos sanitários, canalização e aquecimento.

A importação de fertilizantes tem tido uma crescente nas últimas décadas. Correspondendo a cerca de 80% do total de insumos que o Brasil utiliza. Em meio a pandemia, no mês de Abril o produto teve um crescimento de 53,33% comparado ao mesmo período de 2019. Uma média diária de importação de 107,42 mil toneladas. 

Importação de Trigo

Durante o ano de 2019, fora do contexto da pandemia, a importação de trigo ficou em 29º no no Ranking dos Principais Produtos Importados pelo Brasil. Já nas importações de Produtos Básicos, o produto ficou na 4ª colocação. O estado de São Paulo é um dos maiores importadores de trigo. Seguido dos Estados do Rio de Janeiro e Bahia.

O Brasil possui uma produção de cerca de 6 milhões de toneladas de trigo. No entanto, não é o suficiente para atender ao consumo dos brasileiros. Ocasionando a importação da demanda restante. O grão brasileiro possui uma menor concentração de glúten. Desta forma, mesmo se o país conseguisse produzir conforme a demanda, ainda assim precisaria importar.

De acordo com os dados fornecidos pela Comexvis, em 2019 foram importados 6.575.607 toneladas do produto. Com um valor final de US$ 1491,08 milhões. Essa quantidade representa 0,84% de participação do total de importações. Já para as importações básica, representa 8,5%.

Os principais fornecedores de trigo para o Brasil são Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Canadá. Somente da Argentina, foram cerca de 83% do total de importações do trigo para o Brasil.

Importação de Fertilizantes

Entre Janeiro e Dezembro de 2019, as importações de fertilizantes totalizaram 31 milhões de toneladas. Um recorde, apresentando uma evolução de 5% em comparação ao período do ano anterior. Há décadas, o produto está em constante crescimento, apresentando uma média de 2% a 3% de elevação ao ano.

Os custos, por sua vez, tiveram um crescimento menor. A Secretaria de Comércio Exterior registrou um crescimento de 3%, somando US$ 9 bilhões. O crescimento menor do valor comparado ao volume de compras se dá pela queda de preços dentro do mercado internacional.

As perspectivas para 2020 são ainda melhores. Podemos perceber inclusive pelo crescimento do produto em meio a pandemia. O milho foi um dos produtos com maior demanda de fertilizantes o ano passado. A propensão é que continue na mesma linha. 

A soja também possui uma grande fatia de importação de fertilizantes, tendo participação de 40%. Com o aumento de produção e exportação desse produto, tende-se a aumentar a procura e compra pelos fertilizantes.

Dentre os maiores fornecedores para o Brasil está o mercado árabe. Sendo importantes para a venda de nitrogenados, fósforo e ureia. Somente de nitrogenados, o Brasil necessita de uma importação de 60% de nossa demanda. Já de fósforo, a importação é de 50% do total de nossa demanda. Outros países também fornecem ao Brasil, como Rússia, Canadá e China.

Importação de bens para indústria de transformação

A indústria de transformação é formada por diversos segmentos. Dentre eles têxtil, siderúrgica, química e metalúrgica. No último ano, ocorreu uma queda da produção industrial, deixando o país fora das dez maiores do mundo. Mesmo assim, há boas perspectivas. Conforme podemos ver a importação dos produtos em meia a pandemia, há grande chance de crescimento da importação. 

O consumo de 2019 dos bens industriais teve uma alta de 0,1%. Os bens de consumo semi e não duráveis apresentaram queda. Já os bens de capital e bens intermediários subiram. Quanto aos bens para indústria de transformação, dos 22 segmentos, 17 deles apresentaram aumento de demanda. 

Os nossos principais fornecedores no setor são os Estados Unidos, Alemanha e Japão.

Importação produtos realizadas pelo Brasil

O Brasil está na 29ª colocação entre os maiores importadores do mundo. Entre os principais produtos importados pelo país, temos:

  • Produtos manufaturados: são aqueles produzidos em grande quantidade e padronizados. Representando cerca de 5,57% do total de importações do país;
  • Medicamentos para humanos e veterinária: a importação é feita na forma de matéria-prima. Ou ainda produtos semielaborados, a granel ou acabado;
  • Óleo combustível: derivado do petróleo, representa 3,31% do total;
  • Peças ou partes para veículos: a compra desses itens representa 2,75% do total das importações. Mesmo com montadoras de automóveis no Brasil, a procura é alta no mercado externo;
  • Circuitos integrados: a compra desse produto chega a quase 3% do total de importações feitas pelo Brasil;
  • Inseticidas ou produtos semelhantes: a representação é de 2%. As substâncias são usadas principalmente para o combate de pragas em domicílio e plantações;
  • Compostos heterocíclicos: o composto heterocíclicos, seus sais e sulfonamidas representam por volta de 2,7% do total de importados;
  • Plataformas de perfuração: as plataformas são usadas como suporte para perfuração e produção de petróleo. Abrigando os profissionais e equipamentos. As importações do produto chegam a 2,3% do total;
  • Naftas: matéria-prima da indústria petroquímica para produção de eteno e propeno. Este item representa 1,9% de nossas importações;
  • Automóveis: as importações de automóveis passageiros chega a quase 1,9% de nossas importações totais. 

Podemos verificar o aumento de alguns setores importantes para nossa economia. Acompanhar a dinâmica do mercado dentro de uma situação de crise é fundamental para adquirir expertise. Identificamos estratégias importantes para o melhor trabalho do profissional de comércio exterior. Por esta razão, é importante acompanhar e analisar as ações do mercado.

Para se tornar um profissional capacitado, é preciso dar o primeiro passo. Convidamos que conheça o nosso curso de MBA de Negociações Internacionais. Um salto importante para a carreira.

Direção,

Marcus Vinicius Franquine Tatagiba.

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